Móveis antigos: saiba como usar essas peças na decoração sem deixar com ar ultrapassado

Presentes em diversas residências no Brasil e no mundo, os móveis antigos agregam, com muita classe, o estilo vintage na decoração dos lares.

Muito bem-vindos nos mais diversos estilos decorativos, os móveis antigos são ótimos para criar um contraste com o contemporâneo, dando uma outra cara para o ambiente onde está inserido e contribuindo para a sofisticação. Além disso, junto com a função de integrar o décor, tornam-se únicos e são carregados de histórias, passadas de geração em geração, transmitindo um significado especial para moradores.

Os móveis antigos nos remetem ao estilo e memórias de tempos passados. E essas referências são sim muito valiosas! Bem aplicados, despontam sofisticação e ares contemporâneos para o décor, conforme essa varanda assinada pela arquiteta Isabella Nalon, que escolheu uma cristaleira e um aparador com essas características | Foto: Julia Herman
Os móveis antigos nos remetem ao estilo e memórias de tempos passados. E essas referências são sim muito valiosas! Bem aplicados, despontam sofisticação e ares contemporâneos para o décor, conforme essa varanda assinada pela arquiteta Isabella Nalon, que escolheu uma cristaleira e um aparador com essas características | Foto: Julia Herman

“Eu adoro mesclar peças novas com antigas e o segredo está no equilíbrio. Escolha um elemento de destaque: uma poltrona, um carrinho de chá ou uma mesa de centro.  Às vezes é necessário reformá-los: trocar o tecido ou lustrar a madeira, mas sempre vale a pena”, comenta a arquiteta Isabella Nalon, que em seus projetos têm o apreço de incorporar mobiliários de época para constituir a arquitetura de interiores das residências. Segundo ela, o diferencial está na riqueza dos detalhes do design, que propicia mais personalidade à peça.

Os móveis antigos podem fazer parte da decoração junto com peças atuais. Isabella Nalon sugere o equilíbrio, pois muitos itens do passado podem lançar a sensação de um décor obsoleto| Foto: Julia Herman

Móveis antigos nos projetos

Os móveis antigos são adequados para quaisquer cômodos – tanto na parte interna das residências, como também do lado de fora. Como exemplo, a arquiteta relata a varanda de um apartamento que realizou: com a proposta de inserir uma atmosfera rústica, o mobiliário de época, combinado com o frigobar retrô, trouxe uma ambiência gostosa em plena capital paulista. “Nesse projeto em especial, inserimos de maneira pontual vários móveis antigos por todo apartamento, mas a varanda seguiu mais por essa proposta com a cristaleira que recebe copos e taças e o aparador. Uma fusão que ficou belíssima”, relembra.

Na busca pela medida certa, o caminho indicado pela especialista é não errar na dose. O excesso de antiguidade pode provar a sensação de antiquado e sem brilho, ao contrário do que se espera quando se investe na aquisição de um mobiliário com história. A recomendação é eleger peças pontuais para que se tornem verdadeiros destaques nos ambientes.

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Nessa linha de raciocínio, Isabella ressalta que o mix entre os móveis de outrora e os com design atual costuma ser a receita certa para aqueles que têm apreço por um lar com memórias e com a sensibilidade de quem sabe valorizar o belo e não datado. Com o amor que dedica aos projetos realizados por seu escritório, ela relata a história de um cliente em que partiu na busca por peças que, ao serem vistas, pudessem conectá-lo aos seus bons momentos de vida. “Somado ao charme, é certo que o antigo se valoriza ainda mais com o tempo. No apartamento desse morador, foi uma delícia inserir um telefone antigo de parede, bicicleta, máquina de escrever, lustres, e uma poltrona de leitura da década de 1960”, relembra a arquiteta que admite ser superfã de peças antigas.

Objetos pessoais dos moradores são excelentes para o décor. No cantinho da varanda, um antigo carrinho usado pelos comissários de bordo nas aeronaves da Varig passou a ser o cantinho do bar | Foto: Julia Herman

Baixo custo e restauração

Para quem pretende decorar sem gastar muito, os móveis mais antigos são uma boa alternativa, pois apresentam um valor consideravelmente menor na comparação com as novas. Lojas e brechós especializados podem ser o ponto de partida para encontrar mobiliário e outros artigos de época. “Muitos já realizam o trabalho de restauro, mantendo a beleza original do projeto. Quem se dedica a comercializar produtos antigos costuma fazer uma seleção muito bacana, contribuindo para o desejo de quem é colecionador ou está em busca de um item que toque o coração”, comenta Isabella.

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A restauração é outro meio de trazer vida nova e economizar, já que há sempre alguém dispondo de um móvel antigo que não pretende mais usar em sua casa. Mas nessa missão, se engana quem pensa que recuperar um mobiliário antigo é uma tarefa complicada. Em muitas situações, bem aplicada, uma demão de tinta ou verniz já é suficiente para dar outra cara para o móvel.

Todavia, antes de qualquer produto, lixar é a etapa que não pode ser pulada, se não realizada, o material antigo dificulta a aderência do polímero da tinta ou do verniz. Caso encontre imperfeições, a solução é aplicar massa para acabamentos de madeira.

Esse tipo de móvel se destaca pelos detalhes do design. Na cômoda ao lado da cama, o desenho da peça, o formato das pequenas gavetas e os puxadores evocam a personalização e exclusividade | Foto: Julia Herman

Cuidados

Para manter sua eternidade, os móveis antigos demandam os mesmos cuidados que os novos. A rotina de limpeza, com produtos específicos para madeira, estofado, couro e metal deve ser frequente.

Para complementar a decoração, também é possível selecionar objetos antigos, como essa máquina de escrever | Foto: Julia Herman

Descarte consciente

Mesmo com toda técnica, em muitas ocasiões o móvel não dispõe das condições necessárias para o restauro. Sendo assim, o meio mais adequado para o destarte é buscar pelos pontos de coleta de itens velhos ou de reciclagem comandados pelas prefeituras de cada município.

Outra alternativa é acionar organizações não governamentais ligadas à causa do meio ambiente. “Muitas cobram apenas um valor simbólico para buscar o móvel no endereço indicado”, orienta Isabella. O principal, de acordo com ela, é adotar uma conduta consciente para encontrar um destino que seja ecologicamente correto. “Como profissional e cidadã, nos entristece constatar que muitos munícipes ainda jogam o que não querem mais nas calçadas ou em terrenos. Esse é um crime para o meio ambiente e não podemos, jamais, incorrer nesse erro. A internet é uma grande aliada para buscar a melhor alternativa”, conclui.

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